15 de março de 2011

DEFESA CIVIL TEME ROMPIMENTO DE AÇUDES

Açude Grande de Caraúbas - parte de sua parede. (Foto: Blog Sociedade Ativa)

Caraúbas - O coordenador da Defesa Civil de Caraúbas, Lucinaldo de Sousa, informa oficialmente à Prefeitura de Caraúbas e à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), que o Açude Grande e Sabóia, por falta de manutenção, representa um risco a mais de 30 famílias do Centro da cidade e também a RN 117.


Lucinaldo de Souza concluiu no final de semana passado um levantamento em mais de 100 pequenos açudes do território do município, assim como todas as rodovias de acesso à zona rural, especialmente às comunidades maiores e que precisam de acesso para serviços de saúde e saúde. "Estamos pedindo providencias para evitar o pior", diz o coordenador da Defesa Civil.


Com relação ao Açude Grande e Sabóia, Lucinaldo Sousa explicou que existe um açude (Taboleiro Grande) com mais de 3 milhões de metros cúbicos de água, distante 3 quilômetros da área urbana de Caraúbas, que precisa de manutenção tanto na parede como no sangradouro. Este açude despeja água para dentro do Açude Grande e Sabóia. "Já foi feito um trabalho em 2004, mas é visível que não é suficiente", destaca Lucinaldo e Sousa.


Entre este açude e o Açude Grande e Sabóia existe outro açude, o Alípio, que fica distante 1km da cidade. Mas este é de pequeno porte. No caso de um possível rompimento do Açude Taboleiro Grande, por falta de manutenção, é quase certo o rompimento do açude Alípio e do Açude Grande e Sabóia. Este último precisa de manutenção. Segundo Lucinaldo Sousa não daria tempo de evacuar a cidade na parte baixa. Além de levar mais de 30 residências, a água do Açude Grande também romperia a RN 117, trecho que liga Caraúbas ao município de Olho D'Água dos Borges. No relatório, o coordenador da Defesa Civil mostra problemas por falta de manutenção em dezenas de outros açudes pequenos, mas avisa que em nenhum a urgência é tão grande quanto no Açude Grande, que fica localizado na área urbana de Caraúbas, entre o Centro e Alto da Liberdade.


O relatório final da Defesa Civil de Caraúbas foi assinado ontem pelo prefeito Ademar Ferreira e o secretário de Governo Edson Morais, o Pelé. Como a estrutura do Açude Grande pertence ao Governo do Estado, o documento foi enviado a SEMARH, para que o secretário Robson Faria tome as providências necessárias para evitar que aconteça em Caraúbas o mesmo que aconteceu em Campo Grande e Tangará.

Campo Grande e Tangará vivenciaram drama devido à falta de manutenção nos açudes
Há poucos dias, três pequenos açudes se romperam na região entre as cidades de Caraúbas, Upanema e Campo Grande, fazendo o riacho Ariosa subir o nível e destruir mais de 50 metros da BR 110, trecho de acesso à cidade de Campo Grande. Na ocasião, a enxurrada levou duas motos e um carro, onde havia 9 passageiros. Ninguém foi ferido.



A enchente levou também parte da Adutora Arnóbio Abreu. Na prática, a cidade de Campo Grande ficou isolada. Dias depois, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte conseguiu restabelecer o abastecimento, construindo uma adutora aérea. Quanto ao acesso à cidade, o Governo do Estado e Federal investiram na construção de um desvio.


Caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) reconstruir a BR 110. Agora ao invés de bueiro, o DNIT está sendo orientado a construir uma ponte. O vice-prefeito Caramuru Paiva disse que o bueiro já não havia comportado a quantidade de água em outros invernos fortes e havia destruído a rodovia. A solução era de fato uma ponte.


Além de Campo Grande, a região do Trairi também viveu drama em decorrência da falta de manutenção em pequenos açudes no mês de janeiro passado. No município de Tangará, três pequenos açudes se romperam e quase levaram junto o Açude Guarita, que armazena quase 5 milhões de metros cúbicos de água. A parede ficou metade destruída. O Governo do Estado e Federal investiram no reforço da Parede do Açude.


A Semarh informa que realizou um estudo nos 46 açudes com mais de 5 milhões de metros cúbicos de água no Rio Grande do Norte e constatou que pelo menos 18, que são de responsabilidade do Governo do Estado, estão precisando de reparos. Outros oito precisam de manutenção. Outros 21 reservatórios são monitorados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS).



Por Paula Graziela

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